A Paz das Palavras

Não procuro as palavras
mas a paz das palavras.
Como o actor que enfrenta mudo o palco
visto-me de silêncio e oculto sílabas
nas águas calmas do poema.
Cada breve clareira sobre um verbo
é uma janela que me devora mais um verso.

E assim da outra margem apenas sei o que não sei.
Possam os Deuses um dia enfrentar esta renúncia.

Paulo Ramalho in Ofício Imperfeito

Sem comentários: