Ode a Olhão

O que eu sinto por ti
Olhão é aquela afeição
Lírica,
Fantasiosa,
Banal,
Prometida em versos rigorosos,
Imponentes,
Servindo mais a métrica
Do que o coração,
O cérebro,
E os sentidos
Do poeta.

Minha terra:
Quando me debruço sobre ti
E oiço os teus queixumes,
As tuas angústias
E o teu pavor pelos invernos
- Gostaria de afagar-te,
Contar-te coisas maravilhosas,
Encher as tuas açoteias
De ouro, de amor e de sonhos.

Minha terra
O suor escorre-te pelo corpo,
em mistura com escamas,
Num dia de Verão
Quando o mar se acalma
E a lua se derrama nas redes molhadas.

António Macheira

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